quarta-feira, 23 de junho de 2010

victor

A cantiga de amor
O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.

Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas).

Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.

São tipos de Cantiga de Amor: -Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.) -Cantiga de Tense ou Tensão: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher. -Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (pebleus) ou por uma pastora (pebléia). -Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.

Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernal de Bonaval):

"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."
Eu lírico masculino
Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante.
Amor cortês; vassalagem amorosa.
Amor impossível.
Ambientação aristocrática das cortes.
Forte influência provençal.
Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhora"".

terça-feira, 1 de junho de 2010

Canções de Amor

Postado por: Samara Helen

São admitidas quatro teses fundamentais para explicar a origem dessa poesia: a tese arábica, que considera a cultura arábica como sua velha raiz; a tese folclórica, que a julga criada pelo próprio povo; a tese médio-latinista, segundo a qual essa poesia teria origem na literatura latina produzida durante a Idade Média; e, por fim, a tese litúrgica, que a considera fruto da poesia litúrgico-cristã elaborada na mesma época. Todavia, nenhuma das teses citadas é suficiente em si mesma, deixando-nos na posição de aceitá-las conjuntamente, a fim de melhor abarcar os aspectos constantes dessa poesia.

A mais antiga manifestação literária galaico-portuguesa que se pode datar é a cantiga "Ora faz host'o senhor de Navarra", do trovador português João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente por volta do ano 1200. Por essa cantiga ser a mais antiga datável (por conter dados históricos precisos), convém datar daí o início do Lírica medieval galego-portuguesa (e não, como se supunha, a partir da "Cantiga de Guarvaia", composta por Paio Soares de Taveirós, cuja data de composição é impossível de apurar com exactidão, mas que, tendo em conta os dados biográficos do seu autor, é certamente bastante posterior). Este texto também é chamado de "Cantiga da Ribeirinha" por ter sido dedicada à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha. De 1200, a Lírica galego-portuguesa se estende até meados do século XIV, sendo usual referir como termo o ano de 1350, data do testamento do Conde D. Pedro, Conde de Barcelos|D. Pedro de Barcelos, filho primogênito bastardo de D. Dinis, ele próprio trovador e provável compilador das cantigas (no testamento, D. Pedro lega um "Livro das Cantigas" a seu sobrinho, D.Afonso XI de Castela).

Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse igualmente as suas próprias composições.

A mentalidade da época baseada no teocentrismo serviu como base para a estrutura da cantiga de amigo, em que o amor espiritual e inatingível é retratado.As cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram depois manuscritas em cadernos de apontamentos, que mais tarde foram postas em coletâneas de canções chamadas Cancioneiros (livros que reuniam grande número de trovas). São conhecidos três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" (Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana". Além disso, há um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.


Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.

São tipos de Cantiga de Amor: -Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.) -Cantiga de Tense ou Tensão: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher. -Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (pebleus) ou por uma pastora (pebléia). -Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.


Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernal de Bonaval):

"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."


Postado por: Samara Helen

Por : Camila

A época do trovadorismo abrange as origens da Língua Portuguesa a língua galaico - portuguesa que compreende o período de 1189 a 1418. Portugal ocupava-se com as cruzadas, a luta conera, os mouros e estava marcado pelo teocentrismo e pelo sistema feudal já enfraquecido em fase de decadência. Quando finalmente a guerra chega ao fim, começam manifestações sociais de período de paz, entre elas a literatura e em torno dos castelos feudais também se desenvolveu um tipo de literatura que redimensiona a visão do mundo medieval e aponta para novos caminhos essa manifestação literária e o trovadorismo.
Os poetas e cronistas dessa época eram chamados de trovadores, pois no norte da França o poeta recebia o apelativo trouvére , dizia-se que os poetas “achavam” sua canção e a cantavam acompanhados de instrumentos como a citara , a viola , a lira . Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos.

Tipos de cantigas

Os primórdios da literatura galaico - portuguesa foram marcados pelas composições líricas destinadas ao canto.
Essas cantigas dividiram-se em 2 tipos :
Refrão - caracterizadas por um estribilho repetido no final de cada estrofe.
Mestria - que era mais trabalhada, sem algo repetitivo.

Cantiga de amor

Quem fala no poema é um homem que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada, o amor se torna impraticável pela situação da mulher. Segundo o homem, sua amada seria a perfeição e incomparável a nenhuma outra. O homem sofre interiormente, coloca-se em posição de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama.

Postagem da Camila

Por:Thais

Alguns exemplos de Canções de Amor

"Quer' eu en maneira de proençal" de D. Dinis (CV 123/CBN 845)

Quer tinha em Maneira de proençal
Agora cantar Fazer um choque hidráulico
querrei e muit 'i Loar mha senhor,
apenas prez nen fremusura não fal
Bondad nen, mas seu e direi em:
Tanto fez Deus tem bin Comprida
mas que las do Mundo Todas val

É Deus mha senhor Fazer quiso tal
QUANDO um barrete, um que fez sabedor
de todo o ben e mui gran valor
e é todo con 'e mui Comunal,
DEVE u ali; r deu-LHI bom sen
e de eu não LHI bin Pouco fez,
QUANDO lh Quis que não Igual Foss exterior.

Nunca Mha senhor Deus Ca dano possível,
pos, mas eu beldad prez e loor e
mui ben e Melhor Falar e er
que além do Molhe, do I é leal
muit ', e não sei Por Esto quen eu oj'
POSSA compridamente no Seu ben

Tema: trovar de amor.
Assunto: o sujeito poético enaltece e elogia a sua dama, referindo as suas qualidades morais, exaltando a sua beleza e afirmando que nenhuma outra a ela sa compara.
Recursos estilísticos:
hipérbole (ao longo de todo o poema);
quantificativos: "todo, gran, mui, ben, mui gran, melhor";
polissíndeto: "e beleza e lorr e falar mui ben e rir melhor".
Forma:
cantiga de mestria, de atafinda, coplas uníssonas;
verbos isométricos, decassílabos agudos.
Esquema rimático: abbacca; rima interpolada e emparelhada, pobre.


"Os que non aman nen saben d' amor" de Joan Baveca (CV 699/CBN 1041)
Os que non aman nen saben d' amor
fazen perder aos que amor an;
vedes por quê: quand' ant' as donas van,
juran que morren por elas d' amo
e elas saben pois que non é si,
e por esto perç' eu e os que ben
lealmente aman segundo meu sen.

Ca, se elas soubessem os que an
ben verdadeiramente grand' amor
d' alguen se doeria sa senhor,
mais por aqueles que o jurad' an
cuidan-s' elas que todos taes son
e por esto perç' eu e os que ben
lealmente aman segundo meu sen.

E aqueles que já medo non an
que lhis faça coita sofrer amor,
veen ant' elas e juran melhor
ou tan ben come os que amor an
e elas non saben quaes creer,
e por esto perç' eu e os que ben
lealmente aman segundo meu sen.

e os ben desemparados d' amor
juran que morren con amor que an
seen' ant' elas, e menten de pran,
mais, quand' ar ven os que an amor,
já elas cuidan que veen mentir.
e por esto perç' eu e os que ben
lealmente aman segundo meu sen.

Tema: fingimento de amor cortês
Assunto: o sujeito lírico queixa-se e condena os que nada sabem de amor e só prejudicam os que amam de verdade, porque quando confessam o seu amor às donas, elas sabem que é tudo a fingir; as donas depois não acreditam naqueles que as amam, pensam que é tudo um fingimento.
Recursos estilísticos:
transporte ou encavalgamento que confere ao texto uma certa progressão;
anáfora "e" na última estrofe que estabelece um paralelismo semântico e uma certa obsessão; há, consequentemente, um paralelismo de construção semântico e literal, muito semelhante ao dos cantares de amigo, reforçado pela utilização do refrão.
Forma:
cantiga de refrão, em decassílabos agudos, com palavra perduda ("creer" não rima com mais nenhum verso, está solto no meio da estrofe).

"Desej' eu ben aver de mha senhor," de Joan Airas de Santiago (CV 521/CBN 897)


Desej' eu ben aver de mha senhor,
mais non desej' aver ben d' ela tal,
por seer meu ben, que seja seu mal,
e por aquesto, par Nosso Senhor,
non queria que mi fezesse ben
en que perdesse do seu nulha ren,
ca non é meu ben o que o seu mal for,

Ante cuid' eu que o que seu mal é
que meu mal este e cuido gran razon,
por en desejo no meu coraçon
aver tal ben d' ela, per boa fé,
en que non perça ren de seu bon prez
nen lh' ar diga nulh' omem que mal fez,
e outro ben Deus d' ela non mi dê.

E já eu muitos namorados vi
que non davan nulha ren por aver
sas senhores mal, pois a si prazer
fazian, e por esto dig' assi:
se eu mha senhor amo polo meu
ben e non cato a nulha ren do seu,
non am' eu mha senhor, mais amo mi.

e mal mi venha, se atal fui eu,
ca, des que eu no mund' andei por seu,
amei sa prol muito mais ca de mi.

Tema: amor espiritual e místico em oposição ao amor erótico, carnal.
Assunto: o poeta pretende amar a sua "senhor" de forma a não a prejudicar, pois o seu mal atingi-lo-á também; naquele amor ele atinge a plenitude, a sua elevação espiritual; deseja ser correspondido no seu amor mas não deseja que esse seu bem seja o mal dela, preferia então que ela não correspondesse ao seu amor.
Recursos estilísticos:
antítese: "ca non é meu ben o que seu mal for";
repetição: "ben aver"/"aver ben" com as respectivas inversões, anástrofes e até as semelhanças fónicas de alguns lexemas: "aver"/"seer", paranomásia e, até, as orações subordinativas criam um texto hermético e bem artificial.
Forma:
cantiga de mestria, com coplas singulares, de hendecassílabos graves e agudos, com duas findas de três versos e monóstica, segundo o esquema rimático: ababccb/ddb; rima cruzada, emparelhada e interpolada.

"Como morrer quen nunca ben" de Paai Soarez de Taveiroos (CA 35/CBN 122)
Como morreu quen nunca ben
ouve da ren que mais amou
e de quen viu quanto receou
d' ela e foi morto por en,
ai, mha senhor, assi moir' eu!

Como morreu quen foi amar
quen lhe nunca quis ben fazer
e de quen lhe fez Deus veer
de que foi morto con pesar,
ai, mha senhor, assi moir' eu!

Como morreu quen amou tal
dona que lhe nunca fez ben,
e quen a viu levar a quen
a non valia, nen a val,
ai, mha senhor, assi moir' eu!

Tema: não correspondência amorosa, fatalismo de amor.
Assunto: o sujeito lírico compara-se a alguém que morreu de amor porque a sua "senhor" nunca o amou "nunca ben/ouve da ren que mais amou" e, assim, também ele morre.
Recursos estilísticos:
anástrofe: "ben/ouve" que reflecte uma certa tensão emotiva, que é bem sugerida pela paronomásia "ben/ren";
polissíndeto que cria uma certa progressão no discurso, para sugerir o trágico da situação, "e foi morto por en" que é bem reforçada pela gradação ascendente: ele nunca "ben/ouve", "receou d' ela e foi morto por en" e toda a tensão dramática se esgota no refrão, num queixume dado pela interjeição "ai" seguida da apóstrofe "senhor" e ele confessa a sua dor;
paralelismo anafórico e semântico na segunda estrofe que continua numa progressão dramática através do polissíndeto, da gradação e da anástrofe; a aliteração da fricativa "v" em "e quen a viu levar a quen/a non valia, nen a val," parece aproximar-nos da realidade e imprimir o movimento da partida, juntamente com o imperfeito que dá o carácter durativo da acção.
Forma:
cantiga de amor com refrão, coplas singulares, cada estrofe tem a sua rima de octossílabos agudos e os versos têm o seguinte esquema rimático: abbaC; rima emparelhada e interpolada.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cantigas de Amor


Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).

Quer’eu em maneira de proença!
fazer agora um cantar d’amor
e querrei muit’i loar lmia senhor
a que prez nem fremosura nom fal,
nem bondade; e mais vos direi ém:
tanto a fez Deus comprida de bem
que mais que todas las do mundo val.
Ca mia senhor quizo Deus fazer tal,
quando a faz, que a fez sabedord
e todo bem e de mui gram valor,
e com tod’est[o] é mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bom sém,
e desi nom lhi fez pouco de bem
quando nom quis lh’outra 
foss’igual
Ca mia senhor nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad’e loor
e falar mui bem, e riir melhor
que outra molher; desi é leal
muit’, e por esto nom sei oj’eu quem
possa compridamente no seu bem
falar, ca nom á, tra-lo seu bem, al.
Tradução: 

Quero à moda provençal
fazer agora um cantar de amor,
e quererei muito aí louvar minha senhora 
a quem honra nem formosura não faltam
nem bondade; e mais vos direi sobre ela:
Deus a fez tão cheia de qualidades
que ela mais que todas do mundo.
Pois Deus quis fazer minha senhora de tal modo
quando a fez, que a fez conhecedora
e todo bem e de muito grande valor,
e além de tudo isto é muito sociável
quando deve; também deu-lhe bom senso,
e desde então lhe fez pouco bem
impedindo que nenhuma outra fosse igual a ela
Porque em minha senhora nunca Deus pôs mal,
mas pôs nela honra e beleza e mérito
e capacidade de falar bem, e de rir melhor
que outra mulher também é muito leal
e por isto não sei hoje quem
possa cabalmente falar no seu próprio bem
pois não há outro bem, para além do seu. 

A cantiga de amor

O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.
Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas).
Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.
São tipos de Cantiga de Amor:
 -Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.)
-Cantiga de Tense ou Tensão: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher.
-Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (pebleus) ou por uma pastora (pebléia).
 -Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.
Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernal de Bonaval):
"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."
  • Eu lírico masculino
  • Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu - lírico perante uma mulher idealizada e distante.
  • Amor cortês; vassalagem amorosa.
  • Amor impossível.
  • Ambientação aristocrática das cortes.
  • Forte influência provençal.
  • Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhora".

Postagem de Ágatha Maura

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Por: Mayara S

Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.
O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.
Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.
Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).

terça-feira, 18 de maio de 2010

victor


Trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Seu surgimento ocorreu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, noséculo XII; porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a lírica medieval galaico-português possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados.